Tuesday, October 14, 2014

REFLEXÕES DE UM DOMINGO – DIA DAS CRIANÇAS – PARA UM FUTURO DE ESPERANÇA PARA AS CRIANÇAS DO NOSSO GRANDE BRASIL – A POUCOS DIAS DO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS.

Achei esplêndido, fantástico, maravilhoso quando, inicialmente,  me falaram da possibilidade de reunirmos e nos manifestarmos em favor de Aécio Neves no dia 12 de outubro de 2014, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Este dia, principalmente quando se tem a oportunidade de ir a qualquer parque, no nosso caso, por razões especiais e por proximidade, o Parque Ibirapuera. Havia uma proposta de nosso grupo distribuir pipoca, algodão-doce, balas, ou seja, tudo o diz respeito à alegria da criançada, bem como material de campanha. 

Entretanto, logo que pensei e conversei com algumas pessoas mais ligadas à eventos, advertiram-me da impossibilidade de que isso pudesse acontecer, por vários motivos: pelos regulamentos internos dos parques,  que proíbem atos do tipo que envolvam pessoas sem um prévio contato com os administradores dos parques. Esse contato, extremamente difícil de ser feito, por outros motivos, como incerteza da participação dos grupos e tempo escasso para se fazer isso à poucos dias antes do evento, e outros motivos que não deu para contemplar e nem carecem de aprofundamentos.

Além de nossos corriqueiros temas de manifestações, como corrupção, mensalão, decretos bolivarianos e outros, por meio de uma amiga soube de uma notícia que é motivo de grande preocupação para toda a população brasileira, haja vista que de forma direta ou indireta todos podem se atingidos. Trata-se da promulgação de uma lei de 31 de julho de 2014, de número 13.019, que estabelece uma proposta de regime jurídico de parcerias voluntárias, contendo 88 artigos, que entrará em vigor na data de 01 de novembro de 2014.

Nesses 88 artigos, a Lei estabelece uma série de situações, bem como condições, para a promoção de transferências de recursos financeiros para organizações da sociedade civil, definindo diretrizes para uma política de colaboração.

A Lei 13.019, de 31 de julho de 2014, não é clara em muitos pontos de seus artigos. Há situações que permitem dupla interpretação, sendo isso uma situação perigosa deixada pelo legislador com sanção da Presidenta, nas quais permitem ao aplicador da Lei na sua pretensa clarividência e onipotência, dar interpretação conforme lhe convier. Isso quer dizer que com amparo legal, na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que substituiu a Lei de Introdução ao Código Civil, no artigo 4º (quarto), está escrito que “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

Mas as situações trazidas pela nova lei não se restringem nisso. Vão além. Estabelece medidas que “engessam” a efetividade de medidas urgentes, tais como a prestação de serviços oferecidos pelas APAES (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais). À atuação das Associações de forma geral, em que pesem uma maior fiscalização por parte dos poderes constituídos em suas gestões, tendo em vista o recebimento de verbas públicas, bem como a avaliação de prestação de contas, conforme determina o artigo 72 da Lei, não se podem dar ao luxo de esperarem por trâmites burocráticos. Não estamos apenas nos restringindo às APAES, mas a todas as Associações e instituições que têm o direito de se manterem funcionando, e o Estado constituído proporcionando todo tipo de amparo, não apenas ao que se refere à verbas públicas, mas também à mão-de-obra especializada. Não é uma faculdade do Estado. É uma obrigação, cuja
população brasileira, mormente os grupos minoritários e desamparados, encontram amparo constitucional (artigos 127, 196 e 203 da Constituição Federal). 

A Lei limita-se às regulamentações que visam a formalização de parceiras com instituições de caráter social, com finalidades, dentre outras, de repasse de verbas públicas. Mas poderia se estender na regulamentação          de ações governamentais efetivas, que necessitam de atenção por parte dos órgãos institucionais legitimados à defesa dos interesses sociais, dentre os quais o Ministério Público Federal, cujas atribuições constam nos artigos 127 e seguintes da Constituição Federal.

Portanto, a Lei pode ser questionada nesse período de 30 dias, o período de vacância da lei, conforme consta no artigo 88, antes de entrar em vigor. Nesse período, é importante que manifestações por parte de pessoas ou grupos interessados no aperfeiçoamento e humanização da Lei se manifestem. Mas não devem apenas manifestar sua indignação em espaços nos quais suas vozes não serão ouvidas. As manifestações podem e devem ser no sentido de reuniões em espaços públicos, sejam em parques de intensa presença de pessoas de todas as classes, sejam nas portas dos governos das três esferas de administração, sejam nas portas das instituições criadas para defenderam os interesses dos cidadãos, tais como o Ministério Público Federal. O importante é que as pessoas tenham consciência de que são cidadãos e sujeitos de direitos. E que Estado constituído, seja Federal, Estadual ou Municipal, tem o dever institucional de proteção a
todos, independente das condições sociais em que se encontram as pessoas, independente das limitações nas quais foram postas.

Wednesday, May 21, 2014

CRAVO BEM TEMPERADO DE BACH: QUEM INFLUENCIOU QUEM?

Organizado por 
Dr. Gilberto Martins Borges Filho


Discografia  |  Disco 18 BACH E CHOPIN – OS PRELÚDIOS


SOUCE/LINK:

História da música e sua importância no pensamento humano - Capitulo V (Barroco)


(Johann Sebastian Bach)
Barroco
O termo "barroco" advém da palavra portuguesa homonima que significa "pérola imperfeita". Indica um raciocínio estranho, tortuoso, que confundia o falso com o verdadeiro.
O Barroco nasceu na Itália que, desde o Renascimento se tornara o maior pólo de atração de artistas em toda a Europa e o maior centro irradiador de influência. Nos dois terços finais do século XVI esteve em vigor uma derivação tardia do Renascimento, conhecida como Maneirismo, que também surgiu na Itália e se estendeu por toda Europa. O maneirismo era conhecido como arte dos cortesãos, uma arte extravagante e excêntrica.

A eclosão da Reforma Protestante foi outro evento dramático, pondo um fim à unidade do Cristianismo e à primazia do Papado romano, mas logo em seguida a Igreja Católica reorganizou suas forças lançando a Contra-Reforma, numa tentativa de refrear a evasão de fiéis para o lado Protestante e a perda de influência política da Igreja e, politicamente a Itália havia perdido muito prestígio e força, mas culturalmente continuava a ser a maior potência européia, com Roma liderando a transição do Maneirismo para o Barroco.

O Barroco foi um movimento de forte expressão no ocidente e se estendeu de 1600 a 1750, ano da morte J. S. Bach. Foi uma época de conflitos espirituais e religiosos, quando o homem se colocou em constante dualismo: Paganismo xCristianismo, e Espírito x Matéria.

A convocação do Concilio de Trento (1545-1563) levou ao fim a liberdade nas relações entre Igreja e arte, a teologia assumiu o controle e impôs restrições às excentricidades maneiristas em busca de uma recuperação do decoro, de uma maior compreensibilidade da arte pelo povo e de uma homogeneização do estilo, e desde então tudo devia ser submetido de antemão ao crivo dos censores, desde o tema, a forma de tratamento. A saída para uns foi se encaminhar para o puro esteticismo, para outros foi a aceitação simples do conflito entre a consciência individual do artista e as forças externas que demandam atitudes pré-estabelecidas, deixando a arte irresolvida.

Dentre todos os períodos da história da música, o mais tocante é o Barroco. A arte barroca representa os afetos e sentimentos humanos. No Barroco o homem busca alscultar as suas fraquezas e as aspirações da humanidade tentando compreende-las. Assim fazendo, imprime esses sentimentos na arte.

O Barroco pode ser entendido como a manifestação artística que desafiou as regras do Renascimento e assim foi definida por seus inúmeros críticos. As mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram, pois, de um profundo respeito pelas conquistas das gerações anteriores, e de um desejo de superá-las com a criação de obras originais. Na arte Barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista e isso os artistas e arquitetos barrocos foram capazes de retratar, criando efeitos visuais e sonoros representivos do sobrenatural de uma forma incrivelmente realista.


Seu surgimento está intimamente ligado à Contra-Reforma, onde, a arte desempenhou um importante papel propagandístico. A orientação da Igreja agora era na direção de se produzir uma arte que pudesse cooptar a massa do povo, apelando para o sensacionalismo e uma emocionalidade intensa. Ainda que inspirado pelo movimento contra-reformista, o Barroco não se limitou ao mundo católico, afetando também áreas protestantes, a arte, aparti de agora era, em muitas ocasiões, feita sobre encomenda.

As práticas políticas correntes da época legitimava o uso da força para o controle dos súditos e pregava-se o pensamento maquiavélico de uma moral dupla e um pragmatismo frio e inescrupuloso na administração pública.


Na economia a principal mudança foi a formação de um sistema de mercado internacional através do desenvolvimento do sistema colonial nas Américas e Oriente, com a escravidão como uma das bases de seu funcionamento. O sistema bancário também foi aprimorado, as práticas de comércio se tornaram mais complexas e a importação de produtos coloniais, como o café, tabaco, arroz e açúcar, transformou hábitos culturais e a dieta. Junto com a afluência para a Europa de outros bens da colônia, incluindo grandes quantidades de ouro, prata e diamantes, o sucesso do sistema mercantil europeu enriqueceu o continente e afetou as relações sociais e políticas, originando novas regras de diplomacia e etiqueta, além de financiar um grande florescimento artístico.


Na música, nascem as óperas e consequentemente a maior ultilização de orquetras. A ópera nasceu na itália, no início do período Barroco, sempre patrocinada pela aristocracia italiana. Mais tarde, em 1637 torna-se entretenimento público com abertura de teatros em Veneza.


Equanto no Renascimento os intrumentos eram pouco valorizados e a música cantada era mais expressiva, no Barroco as músicas além de serem encomendadas, o instrumental passou a ser mais valorizado quanto a música vocal. Compositores passaram a escrever músicas específicas para intrumentos e, devido a maior ultilização dos mesmos, os primeiros luthiers surgem, sofisticando os instrumentos para uma melhor adequação as exigências das composições que vizaram muito o virtuosismo dos primeiros solista. O instrumento que mais adequa-se a esse período devido a sua rápida evolução foi o violino.

A grande inovação na pintura foi a ultilização do claro e o escuro, dando um toque de perfeição a obra, como se vê na pintura ao lado de Caravaggio. Essa junção de claro e escuro é um ponto de união entre a pintura e música, porque, no Renascimento a pintura imitava o clássico grego, e na música não se podia retratar a música grega. Agora as manifestações artísticas do Barroco retratam a procura de conciliação entre forças contrárias como: o Bem e Mal, Deus e Diabo, Céu e Terra, Pureza e Pecado, Alegria e Tristeza, Espírito e Carne, com isso, o Barroco traz de volta a antiguidade cássica na música. Técnicamente os composiores usavam tom maior para claro e tom menor para o escuro.

Nesse período tudo foi exessivo, o absolutismo reinava, a vida era luxuosa, estravagante e teatral. Foi a época da afetação, as pessoas viviam e constante repersentação. Enquanto no Renascimento as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia eram as mais buscadas, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância, realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta
. 
A maior guerra deste período foi a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que envolveu a Espanha, França, Suécia, Dinamarca, Países Baixos, Alemanha, Áustria, Polônia, Império Otomano e Sacro Império. De incício desencadeada pela disputa entre católicos e protestantes, logo repercutiu para o campo secular em questões dinásticas e nacionalistas. Na conclusão do confronto, a Paz de Vestfália determinou uma reorganização ampla na geografia política continental, favorecendo o fortalecimento de Estados absolutistas, enfraquecendo outros, mas reconhecendo a impossibilidade da reunificação do Cristianismo, que foi deslocado como força política pelas realidades práticas da política secular.

O controle absolutista do rei Luiz XIV, por exemplo, inclusive na arte, que ordenou a construção do opulento Palácio de Versalhes, o mais versátil e majestoso palácio da história ocidental, e das primeiras academias de abrangência nacional para as várias modalidades da arte e ciências, das quais uma das mais notáveis e influentes foi a Academia Real de Pintura e Escultura, Academia de Música e Dança, com isso, a França, graças a ele, possuía um poder norteador das artes.




Ele se banhava de grandes cerimônias e em muitos momentos de sua vida. Sempre estava rodeado de músicos e dançarinos, inclusive ele mesmo era um grande bailarino.

Nesta mesma época a burguesia começou a se afirmar como uma classe economicantente influente, e com isso passou a se educar e abrir um novo mercado consumidor de arte, tendo preferências estéticas distintas da realeza.

Na cultura da época, o autoconhecimento desejado desde os tempos de Sócrates, agora se revestia de um caráter tático, racional e utilitarista. Acreditava-se que apartir do autoconhecimento e do autodomínio, se acreditava que se conheceria o íntimo de todos os homens, e dominar-se-ia a natureza e o ambiente social com mais facilidade, um processo que ficou explícito por exemplo nas obras dos poetas Corneille e Gracián, dizendo que o homem era um microcosmo, e ao dominar-se se tornava mestre do mundo. Esse autoconhecimento possibilitava ainda que se fizessem previsões sobre tendências e comportamentos futuros, individuais e coletivos, aproveitando oportunidades e evitando desgraças. Nesse sentido, a cultura barroca foi essencialmente pragmática e regulada pela prudência.

Ainda que a religião tenha preservado uma grande ascendência sobre as pessoas, ela começou a declinar diante do crescente racionalismo e pragmatismo promovidos pela ciência e pela nova realidade política, desafiando antigas crenças fundamente enraizadas. Foi a época da chamada revolução científica. A principal questão da época era a proposta por Michel de Montaigne: "O que eu conheço?", ou seja, estava aberta a dúvida sobre a natureza do conhecimento e suas relações com a fé, a razão, a autoridade, a metafísica, ética, política, economia e ciência natural. A atitude de questionamento foi a marca da obra de grandes cientistas e filósofos da época, como Descartes, Pascal e Hobbes, cujas obras lançaram as bases de um novo método de pesquisa e de um novo modo de pensar, centrado no racionalismo e expandido para todos os domínios do entendimento e da percepção, repercutindo profundamente na maneira como o homem via o mundo e a si mesmo.

O Barroco foi o período em que se estruturaram as academias de arte e se fundou o método de ensino rigorosamente normatizado e categorizado conhecido como academismo. Pierre Bourdieu afirmou que a criação do sistema acadêmico significou a formulação de uma teoria em que a arte era uma encarnação dos princípios da Beleza, da Verdade e do Bem. A ênfase no virtuosismo técnico e na referência aos modelos da Antiguidade clássica, que ligavam a Arte à Ética, expressavam uma visão, primeiro, de uma ordem social concebida em fundamentos morais e, segundo, do artista como um pedagogo, um erudito e um humanista. As academias, que a partir do fim do século XVII se multiplicaram pela Europa e Américas, foram importantes para a elevação do status profissional dos artistas, afastando-os dos artesãos, aproximando-os dos intelectuais.

Enquanto a filosofia humanista mostrava o homem como um animal elevado perante os outros, colocando-o no centro de tudo, do período Renascentista, o Racionalismo predominou o período Barroco.

Racionalismo é a corrente central no pensamento mais liberal que procura estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins e, este se usa de uma ou mais proposições para extrair conclusões de algo, assim sendo ou é verdadeira, falsa ou provável a resposta. É o mesmo contraste existente nas artes, o claro e escuro. O racionalista busca entender, como Descartes propõe, que tudo que existe tem uma causa, e devemos estuda-la de varias maneiras e somente triar conclusões se tivesse a certeza de nada omitir.

Explica Arnold Hause que a arte racionalista Barroca procurava criar uma impressão de ilimitado, imensurável, infinito, dinâmico, subjetivo e inapreensível. O objetivo do artista, que agora é tido como intelectual, era refletir uma visão de mundo em perpétuo movimento e mudança. O recurso favorito dos artistas barrocos para a criação de um espaço dinâmico e profundo foi o emprego de primeiros planos magnificados com objetos aparentemente bem ao alcance do observador, justapostos a outros em dimensões reduzidas num plano de fundo muito recuado. Na pintura e na música as composições ganham uma união de profundidade e horizontalidade. O Compositor trabalhava coordenando os elementos díspares na direção de um efeito final de conjunto unificado e refletindo a busca por princípios compositivos mais eficientes.

Ciavolella & Coleman escrevem no Culture and authority in the baroque, que o Barroco estava longe de expressar uma rebelião anárquica contra a tradição e as imposições da igreja. As tensões manifestas na arte barroca foram tentativas de conciliar a humanidade com o mundo transcendental.


Em torno do ano 1600 se apresentaram obras que constituem verdadeiros marcos de passagem. Essa mudança pode ser notada pelas novas composições que introduzira na música e nos instrumentos afinações temperadas e formas concertantes, o uso da dissonância como recurso expressivo.

A linguagem musical, foi de grande importância para o desenvolvimento da doutrina dos afetos, que propões recursos técnicos específicos e padronizados usados na composição, assim fazendo, podia-se despertar emoções no espectador igualmente específicas e comuns a todos. Apesar de formulada no Barroco, idéias similares já eram encontradas na Grécia Antiga. Os primeiros músicos florentinos que deram origem a essa doutrina acreditavam, de acordo com suas interpretações de idéias derivadas dos pensamentos de Platão, que a música procura estabelecer relações exatas entre palavra e música. Para eles uma idéia musical não era somente uma representação de um afeto, mas sua verdadeira materialização.


A música, por ser uma linguagem que sensibiliza quem a escuta, até o ponto de hipnotizar, neste período se mostra sintetizada, nas suas várias formas, o enigma em que o homem vivia, entre o bem e o mal, o ser ou o não ser, dominar ou não. O homem, além de ganhar uma horizontalidade no pensamento, ganha profundidade graças a arte. A beleza das composições é tão encantadora que mostra ao homem, o quanto estamos unidos com uma divindade ainda desconhecida. A música, de um modo mais abrangente, é um instrumento de reflexão, influenciando de forma marcante o pensamento racional do homem. Ela nos mostra que existem dois lados da mesma história e que o homem pensa e existe num mundo que possui um plano de trabalho dominado pelo horizonte das aspirações e na profundidade do ser, entrelaçando essas duas forças contrárias e lapidando-as conforme se quer, como a arte expôs nesse período, o resultante é a qualidade da obra
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História da música barroca
Principais compositores
Claudio Monteverdi
http://www.youtube.com/watch?v=jb2TURdBeEQ
http://www.youtube.com/watch?v=pffAb3JuXjY&feature=related

O primeiro a compor só músicas intrumentais Arcangelo Corelli
http://www.youtube.com/watch?v=giTvHcJwpfY
http://www.youtube.com/watch?v=ugjvGZYSw-g&feature=fvsr

Antonio Vivaldi
http://www.youtube.com/watch?v=1GZ58APMHgM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=wS_Uh4fXi8g&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=watQ28Fx2Mg&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=4RgjGMPpOGI&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=QxqfxDWgxQE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=IT8JmxmTs1s&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=h3aw31PPKXU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=kBRRInJT1Hk&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=a8ucxir13vM&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=ypBRrZt1Lqg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Pk5Btxyc5AE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=KSym9LjkB4w&feature=related

A magnífica obra As Quatro Estações de Vivaldi

Domenico Scarlatti
http://www.youtube.com/watch?v=rqBbxJJ8g5A&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ypJ3ypF6I_E&feature=related

Georg Friedrich Händel
http://www.youtube.com/watch?v=-TGKJ9MgCOQ
http://www.youtube.com/watch?v=gZz5fO2e1Cc&feature=related

Jean-Baptiste Lully
http://www.youtube.com/watch?v=P1ngcsx1Drs
http://www.youtube.com/watch?v=9QY0MmqygmY&feature=related

Johann Sebastian Bach
O grande destino histórico de Bach foi oferecer à Humanidade uma versão musical do cristianismo. Bach transformou a mensagem de Jesus Cristo em som. Verdadeiramente, poderíamos chamá-lo de o Quinto Evangelista.Jesus Cristo era sua paixão espiritual.
Bach, como um demiurgo, tirou a sua música de si mesmo. O seu poder de criação era tal que se poderia afirmar - nele se instalava o fiat divino para poder ampliar os limites do universo.
A música de J.S. Bach é a vida em plenitude. É o anseio de infinita beleza. Para ele a música era a linguagem absoluta. Ele sentiu e criou sua música como religião universalizada."
". . . Com a aproximação da velhice, a vista de Bach começa a falhar.
Visitava Leipzig o Dr. Taylor, cirurgião inglês, especialista em oftalmologia. Aconselha Bach a submeter-se a uma operação que lhe melhoraria a visão. Mas o resultado é negativo, e o pouco que enxergava apaga-se totalmente. Magdalena descreve-nos numa triste página este episódio.
'Oh! Meu Deus, ainda sinto a angústia desse momento! Todavia, quando chegou a hora de lhe revelar o efeito da operação e a sua total cegueira, Sebastian demonstrou extraordinária paciência. Longe de permanecer tão calma como ele, eu chorava ao lado do seu leito. Meu marido pôs a mão na minha cabeça e disse-me: 'Devemos ficar contentes por sofrer um pouco; isso nos aproxima de Nosso Senhor, que tanto sofreu por nós'. Pediu-me depois para ler um livro de Tauler, célebre pregador, o segundo sermão de Epifania, em que havia uma passagem de que se lembrava, e a qual desejava ouvir para consolação dos ouvidos da sua alma, já que não a podia ler para a alegria dos seus olhos. 'Se os olhos da minha cabeça me são arrebatados, é porque Deus, Nosso Senhor e Pai celeste, assim o quis por toda a eternidade, e se eles agora me são tirados, e se me torno cego e surdo, é porque assim quis Nosso Pai e Senhor. Não devo então abrir meus olhos e meus ouvidos e agradecer a Deus, que a Sua santa vontade seja cumprida em mim? Por que hei de ficar triste por isso? Assim, perder a vista, a audição, os amigos, a fortuna e tudo aquilo que Deus nos deu de partilha; tudo deve servir para nos preparar e ajudar na espera da verdadeira paz'. Foi, pois, bruscamente", termina Magdalena, "que tive consciência de que a maior esperança de meu marido era morrer."
Esses meses que antecedem a morte são de agonia para Magdalena, mas em sua abnegação, redobra seu afeto, seu carinho para com o marido. Muitas vezes põe-se ao cravo tocando e cantando para iluminar o mundo das trevas em que o amado marido está mergulhado - trevas do corpo, porque há clarões de alegria nos olhos da alma de Bach, por ver tão próxima a sua libertação da prisão da Terra para o paraíso do céu, a que desde a adolescência sempre aspirou.
Entre o apagar da sua vida e a sua morte, ainda pôde conceber uma obra genial: a Arte da Fuga. Sentando-se ao cravo, vai dedilhando as notas, as teclas que tão bem estavam impressas na sua memória, e toca pela primeira vez a Arte da Fuga, que Magdalena vai passando para o pentagrama.
Bach morre numa terça feira, a 28 de julho de 1750, às oito horas e um quarto da noite."
Extraído do livro BACH sua vida e o cravo bem temperado, de José da Silva Martins